Me identifiquei demais

"Eu entendo que pra você seja difícil engolir: que eu finalmente segui em frente, que com o tempo passei a entender o ridículo de querer chamar sua atenção à qualquer custo, que minha vida tomou outros rumos e você saiu da minha lista de prioridades há muito tempo.

eu entendo que você continue esperando que eu te mande uma mensagem despretensiosa às duas da manhã de uma quarta, dizendo que te amo e não consigo dormir. entendo que espere que eu me revire do avesso, me faça em mil partes, me remende em pedaços pra ser o que não sou em nome da sua satisfação. compreendo que espere de mim tudo que já dei, tudo que prometi e não cumpri, tudo que nunca cheguei a te oferecer mas você percebeu como implícito.

entendo que me espere completamente aberta a todas as suas falas, da maneira que vierem, que não me oponha e que não discorde. mas que triste é você esperar de mim o que há tanto tempo deixei de ser. que incômodo é saber que minha liberdade te incomoda. e que você me prefere presa a você do que solta no mundo, dona da minha alma, responsável por me fazer feliz quando o mundo cai e também por aprender a ver beleza no que é triste.

só por isso ainda vejo beleza no nós que já não existe. te guardo em mim com gosto de memória, apesar das suas atitudes impensadas, e sinto muito pela maturidade que não conseguiu te alcançar. espero que um dia você possa se alegrar pela minha felicidade (mesmo que você já não faça mais parte dela).

porque o mínimo que espero de alguém que um dia eu amei tanto (e que sei que também me amou de volta) é que fique contente pela minha liberdade. e que, um dia desses, também se descubra completamente livre."

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